16.5.12

Daniela, não cante em Israel!

Abril de 2012

Cara Daniela Mercury,

Amigos palestinos, admiradores de sua música, nos escreveram assim que souberam que você pretende fazer um show em Israel, em maio próximo.Como parte do chamado feito pela sociedade civil palestina em 2005 para o Boicote, o Desinvestimento e Sanções (BDS), e inspirado pelo boicote cultural ao apartheid na África do Sul, o povo palestino pede a artistas internacionais que se juntem ao movimento BDS cancelando shows e eventos em Israel, que só servem para igualar o ocupante ao ocupado e, portanto, promover a continuação da injustiça.

Em outubro de 2010, o sul-africano Desmond Tutu, consagrado com o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o apartheid, apelou à ópera de seu país cancelar a apresentação agendada em Israel. Um show em território israelense enfraquece a chamada para o BDS até que Israel cumpra os requisitos básicos do direito internacional, pondo fim à ocupação militar, à tomada de terras e à construção de novas colônias nos territórios palestinos. Na mesma linha, respeite os direitos humanos, à autodeterminação do povo palestino e ao retorno a suas terras e propriedades.

A participação em um show em Israel não é um ato neutro, desprovido de qualquer mensagem política. Ao participar de um evento em Israel, você estará apoiando a campanha israelense para encobrir violações do direito internacional e projetar uma imagem falsa de normalidade. Qualquer afirmação em contrário que um artista deseje fazer por meio de sua participação nesse evento será ofuscada pelo fato de que está atravessando um piquete internacional, estabelecido pela grande maioria das organizações da sociedade civil na Palestina. Na verdade, uma mensagem de paz justa atingirá muito mais pessoas, incluindo israelenses, se você cancelar a sua participação.

Desde a ofensiva de Israel a Gaza em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, que deixou 1.400 palestinos mortos e conduziu à elaboração do relatório Goldstone, o qual não deixa dúvidas que Israel cometeu crimes de guerra, muitos artistas internacionais se recusaram a tocar em um país que se coloca acima dos direitos humanos e do direito internacional. Após o ataque de Israel a um navio de ajuda humanitária com destino a Gaza em maio de 2010, o número de artistas cresceu. Elvis Costello, Gil Scott Heron, Carlos Santana, Devendra Banhart e os Pixies são apenas alguns dos que se recusaram a realizar shows em Israel naquele ano. Roger Waters é outro exemplo de pessoa pública que assume posição contrária às violações dos direitos humanos por Israel. No período em que realizou t u rnê no Brasil, entre final de março último e início deste mês, fez declarações à imprensa nesse sentido e em apoio à campanha por BDS.

Pedimos-lhe para se juntar à lista crescente de artistas que têm respeitado o pedido de boicote. Como disse o sul-africano Desmond Tutu, "se o apartheid na África do Sul terminou, essa ocupação também terminará, mas a força moral e a pressão internacional terão de ser tão determinadas quanto". Por justiça, o chamado palestino para o BDS deve alcançar o mundo, incluindo Israel.

Ficaremos felizes em discutir isso mais a fundo com você e apoiá-la no quer for necessário. Nós estamos simplesmente pedindo que você cancele seu show em Israel, de modo a não prejudicar o aumento global do movimento por boicotes ao apartheid a que está submetido o povo palestino. Aproveitamos para convidá-la a participar dessa nobre luta por uma causa da humanidade.

Com grande respeito,

Frente em Defesa do Povo Palestino
União Democrática das Entidades Palestinas no Brasil
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro
Centro Cultural Árabe-Palestino Brasileiro de Mato Grosso do Sul
Sociedade Árabe-Palestina de Corumbá
Comitê Árabe-Palestino do Brasil
Sociedade Palestina de Santa Maria
Centro Cultural Árabe-Palestino Brasileiro do Rio Grande do Sul
Sociedade Palestina de Brasília
Sociedade Palestina de Chuí
Frente Palestina da USP (Universidade de São Paulo)
Sociedade Islâmica de Foz do Iguaçu
Sociedade Islâmica do Paraguai
Associação Islâmica de São Paulo
Coletivo de Mulheres Ana Montenegro
Movimento Mulheres em Luta
Marcha Mundial das Mulheres
PCB – Partido Comunista Brasileiro
PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos
MDM – Movimento pelo Direito à Moradia / SP
MTL – Movimento Terra, Trabalho e Liberdade
Fepac – Federação Paulistana das Associações Comunitárias
CUT – Central Única dos Trabalhadores
CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular-Coordenação Nacional de Lutas
Mopat – Movimento Palestina para Tod@s
Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada
Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
Coletivo de Juventude dos Metalúrgicos do ABC
Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre
SindiCaixa-RS
Andes-SN – Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior
Sintusp – Sindicato dos Trabalhadores da USP (Universidade de São Paulo)
Apropuc – Associação dos Professores da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
Sindicato dos Metroviários de São Paulo
Federação Nacional dos Metroviários
Grupo M19
SOS Racismo, Portugal
Movimento Pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (Portugal)
Comitê de Solidariedade com a Palestina, Portugal
GAP - Grupo Acção Palestina, Porto, Portugal
Panteras Rosa - Frente de Combate à LesBiGay Transfobia, Portugal
Amyra El Khalili – economista
Clovis Pacheco Filho – sociólogo e jornalista
Claudio Daniel - poeta

DANIELA, NÃO VÁ CANTAR EM ISRAEL!
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=W2V2noy7hw4

16.11.11

Movimentos brasileiros contra o apartheid de Israel

Frente em Defesa do Povo Palestino-SP*

Nestes dias, em várias partes do mundo, têm sido realizadas iniciativas contra o apartheid na Palestina. As atividades integram a Semana Global contra o Muro, que vai até 16 de novembro. Capitaneada pela ONG Stop the Wall, que promove em três locais na Cisjordânia manifestações no período, esta teve início não por acaso no dia 9. A data marca a queda do muro do Berlim, ocorrida em 1989. Vale destacar que enquanto aquele tinha três metros de altura e 155km de extensão, a barreira na Cisjordânia, território ocupado ilegalmente por Israel, chega respectivamente a nove metros e terá, quando concluída, 770km de comprimento.

A construção foi iniciada em 2002 e, apesar de condenada dois anos depois pela Corte Internacional de Justiça de Haia, não foi interrompida. Tal, como lembrou o historiador André Gattaz em artigo de sua autoria intitulado “Ilusões sobre o processo de paz na Palestina”, trata-se na verdade de “um complexo de fortificações composto por muros, cercas, fossos, barreiras, portões de controle, torres de segurança e equipamentos de vigilância eletrônica, orçado em mais de um milhão de dólares o quilômetro”. Ainda conforme o especialista, “embora o governo israelense denomine-o ‘cerca de segurança’, vem sendo conhecido no restante do mundo como ‘muro da vergonha’ ou ainda ‘muro do apartheid’, numa triste recordação dos tempos do apartheid que separava negros e brancos na África do Sul 9(...)”. Não à toa: juntamente com os postos de controle, estradas exclusivas, assentamentos e outros aparatos da ocupação israelense, além de anexar terras, separa famílias e restringe ainda mais o acesso a direitos fundamentais aos palestinos, tais como a ir e vir, à educação, à saúde, ao trabalho.

Contra isso, ativistas em dezoito países encamparam a ideia da Semana Global, nos diversos continentes. No Brasil, um debate intitulado “O muro do apartheid e a resistência palestina”, promovido no dia 8 último pela Frente em Defesa do Povo Palestino de São Paulo e Apropuc (Associação dos Professores da PUC), nessa universidade na Capital paulista, integrou a iniciativa.


Destaque ao BDS

Além de contextualização histórica pela jornalista brasileira que reside na Cisjordânia e de relato do líder palestino Abdallah Abu Rahmah sobre a resistência contra o muro na pequena aldeia de Bil´in, a oportunidade serviu para se refletir sobre estratégias para fazer frente ao apartheid de Israel a partir do Brasil.

Aqui, atendendo a chamado da sociedade civil palestina que vem sendo feito desde 2005, a Frente em Defesa do Povo Palestino e a Frente Palestina da USP (Universidade de São Paulo) lançaram no dia 20 de setembro último a campanha brasileira por BDS (boicotes, desinvestimento e sanções). Esta conta com o aval de várias organizações da sociedade civil brasileira, tais como comitês de solidariedade e sociedades árabes-palestinas em diversos estados brasileiros, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento Mulheres em Luta, MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), CUT (Central Única dos Trabalhadores), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), PSOL-SP (Partido Socialismo e Liberdade, mandato do deputado federal Ivan Valente), PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), PCB (Partido Comunista Brasileiro), Revolutas, Mopat (Movimento Palestina para Tod@s), UNI (União Nacional das Entidades Islâmicas), Assisp (Associação Islâmica de São Paulo), Liga da Juventude Islâmica do Brasil e Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre).

Neste ano, o pleito central da campanha global é que nos diversos países se priorize o embargo militar integral a Israel, até que se cumpram as reivindicações fundamentais dos palestinos, a saber: o fim imediato da ocupação militar e colonização de terras árabes, e a derrubada do muro do apartheid, que vem sendo construído na Cisjordânia desde 2002, dividindo terras, famílias e impedindo os palestinos do direito elementar de ir e vir; o reconhecimento dos direitos dos cidadãos palestinos à autodeterminação, à soberania e à igualdade; o respeito, proteção e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos às suas terras e propriedades, das quais vêm sendo expulsos desde 1948, quando foi criado unilateralmente o Estado de Israel, até os dias atuais.

Principal campanha internacional de solidariedade ao povo palestino e contra qualquer forma de discriminação naquelas terras, a campanha do BDS redundou em conquistas importantes em diversas outras partes do mundo, como o rompimento de contratos milionários com empresas que atuam na construção do muro, de assentamentos ilegais ou de outros aparatos que sustentam a segregação na Palestina.


No País

Apesar de esse movimento vir se expandindo em todo o globo, no Brasil algumas ações vão na contramão dessa corrente, como a adesão do País ao TLC (Tratado de Livre Comércio) Mercosul-Israel e negociações comerciais bilaterais com a potência ocupante, incluindo a assinatura de acordos militares e de tecnologia bélica. Amplo estudo promovido pela Stop the Wall denuncia que o TLC inclui a venda em território brasileiro de produtos e serviços feitos em assentamentos israelenses ilegais na Cisjordânia, bem como de tecnologias de defesa e segurança, as quais têm sido usadas nos ataques contra os palestinos.

Ainda na contracorrente, a cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, passou a abrigar instalações da empresa israelense Elbit Systems, que atua na área de tecnologia militar e é especialista em construção de veículos não tripulados, os quais foram amplamente usados nos ataques aos palestinos de Gaza em final de 2008 e início de 2009. Uma das 12 companhias envolvidas na construção do muro do apartheid, a Elbit já assinou contratos no Brasil, como com a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) e as Forças Armadas. Ademais, a Taurus, instalada também em Porto Alegre, passou a montar o rifle israelense Tavor. Além disso, conceituadas universidades têm firmado acordos de cooperação e intercâmbio com instituições israelenses, sobretudo nos últimos anos. Entre elas, a USP, que fechou nos últimos quatro anos 15 convênios do gênero em diversas áreas. Um deles inclusive com universidade situada num dos maiores assentamentos ilegais na Cisjordânia.

A organização Stop the Wall alertou, em relatório, que essas iniciativas garantem que as guerras, ocupação e colonização israelenses continuem a gerar lucros. E enfatizou: “Esses laços militares põem em questão o compromisso do governo brasileiro em apoiar os direitos humanos, a paz e a criação de um Estado palestino e parecem contradizer as atuais alianças brasileiras e interesses na região. É preocupante que o Brasil entregue o dinheiro dos impostos dos seus cidadãos às empresas de armamento israelenses. O Brasil não pode conciliar a cumplicidade com as graves violações da lei internacional por parte de Israel e as aspirações a potência mundial emergente, defensora do respeito à lei internacional e aos direitos humanos.”

Perante esse cenário, a campanha nacional reivindica que o governo brasileiro e suas instituições, bem como empresas públicas e privadas nacionais e/ou instaladas neste País, imponham embargo militar e econômico a Israel, através do rompimento de acordos, contratos e suspensão na aquisição de produtos e serviços, os quais financiam cotidianamente a violação dos direitos humanos do povo palestino e a ocupação de suas terras. Para tanto, a ideia é intensificar as iniciativas em prol do BDS no Brasil.

Além de pressionar o Executivo Federal para que promova sanções e desinvestimentos, outra frente de atuação recomendada, nesse sentido, é por boicotes cultural, acadêmico e a produtos e serviços que financiam a ocupação israelense. No Brasil, a proposta central aos consumidores é que boicotem a Café Três Corações.

Principal indústria do produto no mercado mineiro, tal está nas mãos da empresa israelense Strauss-Elite. Com 18 fábricas espalhadas pelo mundo, sendo nove delas em Israel, essa companhia, segundo denunciado na internet, tem apoiado a colonização e opressão do povo palestino. Em seu site em hebraico, constaria o suporte explícito às forças de ocupação israelenses, inclusive com a cessão de equipamentos de lazer aos militares. Brigadas envolvidas nos ataques à faixa de Gaza em 2008-2009, que resultaram na morte de 1.400 palestinos, incluindo 350 crianças, têm contado com o apoio da Strauss-Levi. Portanto, comprar o Café Três Corações e marcas adquiridas por essa indústria, tais como Fino Grão e Santa Clara, é dar lucro para grupo que investe na matança de palestinos. Na Europa, o boicote a produtos e empresas da Strauss-Elite já pegou. Aqui, o grupo é o vice-líder do segmento, atrás apenas da estadunidense Sara Lee, que também tem investido pesado nesse mercado. O Brasil, que já foi considerado o país do café, está sendo alvo de Israel e dos Estados Unidos.

Como lembra Gattaz no mesmo artigo, o País, como signatário da Convenção de Genebra, se não por razões humanitárias, em cumprimento à lei internacional não pode se calar diante da opressão e da injustiça. Todavia, enquanto a sociedade civil organizada se manifesta, é o que autoridades, algumas empresas e universidades vêm fazendo, ao negociar com Israel. Em entrevista ao Le Monde Diplomatique, em maio de 2008, o ativista palestino Mustafá Barghouti destacou que mais terrível do que a situação a que são submetidos os palestinos diariamente é o silêncio internacional. “Chegamos a pensar que o mundo não quer tomar conhecimento de nossa tragédia. Que fechou olhos, boca e orelhas. A desgraça palestina está órfã.” A Semana Global contra o Muro do Apartheid é mais uma oportunidade para que se exija do governo brasileiro e dessas instituições que façam diferente.

* Formada quando dos ataques israelenses a Gaza em 2008/2009, a Frente em Defesa do Povo Palestino-SP reúne dezenas de organizações da sociedade civil brasileira.

3.11.11

Não colabore com o apartheid

Um chamado da sociedade civil palestina às universidades, acadêmicos, estudantes e pessoas de consciência da Europa

O Estado de Israel executa um sistema de ocupação, colonialismo e apartheid sobre o povo palestino, mas ele não faz isso sem apoio. As companhias militares israelenses são os principais facilitadores das graves e persistentes violações de Israel à lei internacional. Elas suprem as armas e a tecnologia que permitem Israel cometer atrocidades e violações diárias aos direitos humanos, participando diretamente da construção do Muro do Apartheid, declarado ilegal pela Corte Internacional de Justiça em 9 de Julho de 2004 [1].
As universidades de Israel e seus institutos de pesquisa estão profundamente envolvidos no desenvolvimento de armas e pesquisas militares que os colocam no coração do planejamento e implementação dos crimes de guerra de Israel[2].
Os acadêmicos, estudantes e organizações da sociedade civil palestina, portanto, deploram a colaboração em pesquisa extensiva que se realiza entre as universidades europeias e as companhias militares, universidades e institutos de pesquisa de Israel, cúmplices das violações de Israel às leis internacionais e direitos humanos. Nós pedimos um fim imediato a todas as colaborações de pesquisa com companhias militares de Israel e todas as instituições de pesquisa de Israel envolvidas nas violações da lei internacional e direitos humanos.
O Acordo de Associação UE-Israel é particularmente preocupante. O Sétimo Programa de Enquadramento (FP7) é um programa de bilhões de euros do esquema de subvenção à pesquisa da União Europeia que provê fundos para universidades e companhias de diversos países para trabalhar em conjunto em projetos específicos. Como resultado desse Acordo, e apesar das contínuas violações de Israel à cláusula de direitos humanos desse Acordo, as companhias militares e institutos de pesquisa de Israel têm acesso assegurado ao FP7 em mesmo nível que os estados membros da UE [3].
Companhias militares israelenses, como a Elbit Systems e a Indústria Aeroespacial, ambas contribuindo para a contínua construção do Muro do Apartheid e suprindo aviões não tripulados que foram empregados por Israel para matar civis durante a Operação Chumbo Fundido, receberam subsídios públicos da UE através de sua participação em projetos do FP7 [4]. Instituições acadêmicas de Israel profundamente comprometidas, como a Technion, notória por seu papel em desenvolvimento de armas usadas nos massacres de civis palestinos e libaneses, participam em projetos de “segurança” que podem, claramente, apoiá-las no desenvolvimento de tecnologias e conhecimentos usados para oprimir os direitos do povo Palestino [5]. Até mesmo a Ahaya, empresa de cosméticos de Israel, sujeita a uma campanha internacional altamente efetiva de boicote, desinvestimento e sanções (BDS) focada em sua localização e posse parcial no assentamento ilegal de Mitzpe Shalem, participa de projetos do FP7, assegurando fundos públicos e convênios com universidades do Reino Unido, da Itália, do País Basco e outros [6]. Esse envolvimento de companhias tão profundamente comprometidas e universidades viola claramente as próprias diretrizes da União Europeia de participação em projetos do FP7.
Universidades e institutos de pesquisas europeus, que conduzem projetos conjuntos com companhias militares de Israel e outras organizações que apoiam a supressão dos direitos palestinos, fornecem o suporte político e material que permitem e reforçam Israel a continuar sua infração das leis internacionais com impunidade. Não apenas esse projeto conjunto fornece um falso verniz de normalidade a instituições no coração do sistema colonial de Israel, mas também é provável que contribua diretamente e siga apoiando o desenvolvimento de tecnologias e técnicas usadas para suprimir violentamente os direitos humanos dos palestinos. Longe de existirem em uma bolha “apolítica”, as pesquisas conjuntas desse tipo contribuem diretamente com as injustiças e violações das leis internacionais e direitos básicos dos palestinos. Isso faz com que as universidades e centros de pesquisa europeus sejam cúmplices diretos na violação das leis internacionais e dos direitos humanos.
A natureza da participação de Israel em projetos do FP7 fornece novas provas da necessidade de cancelamento do Acordo de Associação UE-Israel e impõe um amplo embargo militar sobre Israel e requer que as universidades e instituições de pesquisa europeias:

1- Cessem imediatamente a colaboração em pesquisas com companhias militares e instituições de pesquisa israelenses que estão envolvidas na violação da lei internacional e dos direitos humanos.
2- Desenvolvam políticas e mecanismos para assegurar que não ocorram novas colaborações e assegurem implementação efetiva.

Apelamos aos acadêmicos e estudantes e seus grêmios e organizações de direitos humanos e às pessoas de consciência da Europa para:

1 Colaborar com o Comitê nacional Palestino pelo BDS (BNC), a maior coalizão da sociedade civil palestina, para identificar e expor colaborações de pesquisa entre universidades europeias e companhias militares e instituições de pesquisa israelenses que desenvolvem conhecimentos e tecnologia usada para suprimir os direitos palestinos ou seja, ainda, cúmplices com as violações de Israel à lei internacional, particularmente onde essa colaboração se dá dentro do esquema FP7 [7].
2 Desenvolver campanhas de massa efetivas e de longo prazo para pressionar as universidades e instituições de pesquisa europeias a interromper a cumplicidade com o apertheid israelense e implementar políticas que evitem futuras colaborações.

Assinado por

Palestinian BDS National Committee (BNC)*
Palestinian Campaign for the Academic and Cultural Boycott of Israel (PACBI)
Palestinian Federation of Unions of University Professors and Employees (PFUUPE)
Palestinian Grassroots Anti-Apartheid Wall Campaign - Stop the Wall (STW)
Palestinian Students´ Campaign for the Academic Boycott of Israel (PSCABI)

*O BNC é uma ampla coalizão das maiores organizações da sociedade civil, sindicatos, redes e partidos políticos.

Para conhecer mais sobre essa campanha e para assistência e investigação sobre colaboração com organizações cúmplices de Israel que se realizem em sua universidade, por favor contacte: info@bdsmovement.net

[1]http://www.bdsmovement.net/2011/military-embargo-working-paper-7517
[2] http://www.bdsmovement.net/2009/academic-boycott-aic-5181
[3]De acordo com pesquisa publicada em Novembro de 2010, nenhum país de fora da UE recebeu mais fundos, per capita, que Israel. Israel está com representação excessiva no tema de segurança do programa de pesquisa.
http://www.statewatch.org/news/2010/nov/russell-tribunal-on-palestine-ben-hayes.pdf
[4] www.bdsmovement.net/2011/stw-european-funding-7939
[5] www.bdsmovement.net/2011/stw-european-funding-7939
http://www.bdsmovement.net/2011/mcgill-concordia-technion-7102
[6] Para detalhes sobre a Ahava e a campanha contra ela, ver: http://www.stolenbeauty.org Para informação sobre projetos FP7 nos quais a Ahava está envolvida, ver: http://cordis.europa.eu/fetch?CALLER=FP7_PROJ_EN&QZ_WEBSRCH=ahava&QM_PJA= &USR_SORT=EN_QVD+CHAR+DESC
[7] A União Europeia mantém uma base de dados para todos os projetos FP7 em: http://cordis.europa.eu/fp7/projects_en.html

Tradução: Partido Comunista Brasileiro/Frente em Defesa do Povo Palestino

25.10.11

CARTA ABERTA AO REITOR DA PUC-SP

São Paulo, 25 de outubro de 2011

CARTA ABERTA AO REITOR DA PUC-SP

É com preocupação que tomamos conhecimento da realização na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) do seminário internacional “Sistema jurídico de Israel: Direito judaico antigo e Direito israelense moderno”, nos dias 24 e 25 de outubro. A iniciativa vai na contramão do que vem ocorrendo no mundo. Sobretudo na Europa, em vários países, tem havido o cancelamento, por parte de academias conceituadas, de acordos de cooperação e intercâmbio com universidades israelenses como forma de apoiar as reivindicações do povo palestino de que se cumpram as leis internacionais e tenha fim a ocupação ilegal de seus territórios.
A esmagadora maioria dessas universidades é controlada pelo Estado e contribui para o regime de opressão e apartheid contra os palestinos. É, assim, parte da sustentação ideológica e institucional do projeto colonial sionista na Palestina e, como tal, está profundamente implicada na manutenção das estruturas de dominação sobre o povo palestino. A não cooperação por parte das universidades brasileiras nos campos científicos e técnicos com Israel é uma forma de contribuir para a paz e a justiça social na região.
Chama atenção que a PUC-SP, fundada em 1946 e que explicita sua função social entre suas missões, abra espaço a que o Estado de Israel venha fazer propaganda do “Direito israelense moderno”, quando, contraditoriamente, desrespeita direitos humanos fundamentais cotidianamente. Israel não cumpre nenhuma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas), viola as Convenções de Genebra (inclusive permitindo a tortura sistemática de presos políticos) e desrespeita até mesmo decisões do Tribunal Penal Internacional. Exemplo nesse sentido é a condenação em 2004 por parte desse tribunal da construção do chamado “muro do apartheid” na Cisjordânia, o qual, a despeito disso, continua a ser levantado, anexar terras, separar famílias e impedir aos palestinos os direitos à educação, à saúde, a ir e vir. Os assentamentos ilegais no território palestino ocupado também continuam a ser edificados.
Frente a isso, lamentamos que a PUC-SP tenha decidido abrigar esse seminário. Acreditamos que isso não contribui para a formação e consciência críticas, mas distorce a realidade. Explicitados os problemas e questões implicados, contamos que, no futuro, a reitoria não mais promova iniciativas como essa. Pelo contrário, some-se a outras instituições acadêmicas no mundo que têm se posicionado contra esse estado de coisas, endossando o boicote a universidades israelenses.

Atenciosamente,

Apropuc-SP – Associação dos Professores da PUC-SP (apropuc@uol.com.br)
Frente em Defesa do Povo Palestino-SP (frentepalestina@yahoo.com.br)

21.10.11

PELA PALESTINA, BOICOTE O APARTHEID DE ISRAEL!

No supermercado ou loja, antes de comprar, verifique o código de barras. Se iniciar com 729, é produto fabricado em Israel. Comprá-lo é financiar a humilhação e opressão ao povo palestino. Boicote!

Lançada em São Paulo campanha nacional por BDS a Israel

Atendendo a chamado da sociedade civil palestina, a Frente em Defesa do Povo Palestino e a Frente Palestina da USP (Universidade de São Paulo) lançaram no dia 20 de setembro último, na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito São Francisco da USP, a campanha brasileira por BDS (boicotes, desinvestimento e sanções) ao apartheid de Israel. Na oportunidade, estiveram presentes cerca de 100 pessoas. Foi distribuído amplo material com informações sobre a campanha, incluindo relatório do Stop the Wall sobre as relações militares entre Israel e o Brasil (traduzido para o português) e um manifesto que conta com a adesão de dezenas de entidades representativas da sociedade brasileira, várias das quais integram a Frente em Defesa do Povo Palestino. Comitês e sociedades/centros culturais árabes-palestinos de diversos estados enviaram mensagens de apoio à atividade e endosso à campanha. Devem, portanto, realizar, de forma articulada com o comitê global e as frentes em São Paulo, iniciativas por BDS no Brasil. A organização Stop the Wall e o Comitê Palestino por BDS também encaminharam mensagem.
À abertura, explicitou-se que a campanha é uma forma efetiva e concreta de atuar em defesa do povo palestino a partir do Brasil. No ato de seu lançamento, pronunciaram-se em prol dos boicotes ao apartheid de Israel, nesse sentido, várias organizações da sociedade civil brasileira. Entre as quais: MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular-Coordenação Nacional de Lutas), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Marcha Mundial de Mulheres, Movimento Mulheres em Luta, Sindicato dos Metroviários de São Paulo, PSOL-SP (Partido Socialismo e Liberdade, mandato do deputado federal Ivan Valente), PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), PCB (Partido Comunista Brasileiro), Revolutas, Mopat (Movimento Palestina para Tod@s), UNI (União Nacional das Entidades Islâmicas), Assisp (Associação Islâmica de São Paulo), Liga da Juventude Islâmica do Brasil , Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre) e várias outras, além das frentes promotoras da atividade.
Os representantes da CUT e da CSP-Conlutas, Alexandre Bento e João Zafalão respectivamente, afirmaram que pretendem dialogar com sindicatos de suas bases para organizar atos ou levar a campanha a indústrias que têm relação com Israel. Exemplo é a Taurus, em Porto Alegre, e a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), em São José dos Campos, interior de São Paulo. A última tem contratos de milhões de dólares com Israel para a modernização de aeronaves da Força Aérea Brasileira, por intermédio da Elbit Systems. Já a Taurus tornou-se fabricante do rifle israelense Tavor TAR-21, apresentado na Laad – Feira de Defesa e Segurança na América Latina, que tem o patrocínio do Governo brasileiro e é realizada anualmente no Rio de Janeiro, com grande presença de empresas israelenses. O evento serve, portanto, de plataforma para que essas companhias, envolvidas em violações do direito internacional, obtenham lucros, e o Brasil e a região ampliem a cumplicidade a essas práticas. As denúncias constam do relatório elaborado pela organização Stop the Wall.

A CAMPANHA POR BOICOTES
O chamado da sociedade civil palestina vem sendo feito desde 2005. Neste ano, o pleito é que nos diversos países se priorize o embargo militar integral a Israel, até que se cumpram as reivindicações fundamentais dos palestinos, a saber: o fim imediato da ocupação militar e colonização de terras árabes, e a derrubada do muro do apartheid, que vem sendo construído na Cisjordânia desde 2002, dividindo terras, famílias e impedindo os palestinos do direito elementar de ir e vir; o reconhecimento dos direitos dos cidadãos palestinos à autodeterminação, à soberania e à igualdade; o respeito, proteção e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos às suas terras e propriedades, das quais vêm sendo expulsos desde 1948, quando foi criado unilateralmente o Estado de Israel, até os dias atuais.
Principal campanha internacional de solidariedade ao povo palestino e contra qualquer forma de discriminação naquelas terras, a campanha do BDS redundou em conquistas importantes em diversas outras partes do mundo, como o rompimento de contratos milionários com empresas que atuam na construção do muro, de assentamentos ilegais ou de outros aparatos que sustentam a segregação na Palestina.
Apesar de esse movimento vir se expandindo em todo o globo, no Brasil algumas ações vão na contramão dessa corrente, como a adesão do País ao TLC (Tratado de Livre Comércio) Mercosul-Israel e negociações comerciais bilaterais com a potência ocupante, incluindo a assinatura de acordos militares e de tecnologia bélica. O amplo estudo promovido pela Stop the Wall denuncia que o TLC inclui a venda em território brasileiro de produtos e serviços feitos em assentamentos israelenses ilegais na Cisjordânia, bem como de tecnologias de defesa e segurança, as quais têm sido usadas nos ataques contra os palestinos.
Ainda na contracorrente, a cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, passou a abrigar instalações da empresa israelense Elbit Systems, que atua na área de tecnologia militar e é especialista em construção de veículos não tripulados, os quais foram amplamente usados nos ataques aos palestinos de Gaza em final de 2008 e início de 2009. Uma das 12 companhias envolvidas na construção do muro do apartheid, a Elbit já assinou contratos no Brasil, como o já citado com a Embraer e as Forças Armadas. Além disso, conceituadas universidades têm firmado acordos de cooperação e intercâmbio com instituições israelenses, sobretudo nos últimos anos.
A organização Stop the Wall alertou, em relatório, que essas iniciativas garantem que as guerras, ocupação e colonização israelenses continuem a gerar lucros. E enfatizou: “Esses laços militares põem em questão o compromisso do governo brasileiro em apoiar os direitos humanos, a paz e a criação de um Estado palestino e parecem contradizer as atuais alianças brasileiras e interesses na região. É preocupante que o Brasil entregue o dinheiro dos impostos dos seus cidadãos às empresas de armamento israelenses. O Brasil não pode conciliar a cumplicidade com as graves violações da lei internacional por parte de Israel e as aspirações a potência mundial emergente, defensora do respeito à lei internacional e aos direitos humanos.”
Perante esse cenário e atendendo a pleito da sociedade civil palestina, ao lançar essa campanha, a Frente em Defesa do Povo Palestino e Frente Palestina da USP reivindicam que o governo brasileiro e suas instituições, bem como empresas públicas e privadas nacionais e/ou instaladas neste País, imponham embargo militar e econômico a Israel, através do rompimento de acordos, contratos e suspensão na aquisição de produtos e serviços, os quais financiam cotidianamente a violação dos direitos humanos do povo palestino e a ocupação de suas terras. Para tanto, a ideia é intensificar as iniciativas em prol do BDS no Brasil, em conjunto com as diversas organizações da sociedade civil no País.


MENSAGENS:
A campanha BDS – Boicote, Desinvestimentos e Sanções contra Israel representa a força de uma iniciativa civil, que ganha importância, dia a dia, em todo o mundo!
Precisamos revelar e denunciar ao mundo a verdadeira face de Israel. Uma vez conhecida, todos boicotarão esse Estado nazissionista!
Desejamos que o lançamento da Campanha BDS seja impactante e que nos dê força na nossa jornada de lutas que só findará quando nossa amada Palestina for livre!
Sintam-se abraçados pelos camaradas do Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino e pelo povo palestino! Viva a Palestina livre! Viva a resistência palestina!
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino

O Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro congratula-se com a Frente em Defesa do Povo Palestino de SP e com a Frente Palestina da USP pela iniciativa ímpar de lançar a Campanha Nacional de Boicote a Israel. Aproveitamos a oportunidade para reafirmar nosso compromisso de ampliarmos e fazer eco à Campanha, em nosso Estado.
Desejamos sucesso e muita luta, estamos juntos!
Grande abraço aos amigos e camaradas internacionalistas de São Paulo,
Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino-RJ

O Comitê Democrático Palestino do Brasil saúda o lançamento da campanha por boicotes, desinvestimento e sanções a produtos e serviços de Israel. A unidade de ação em favor de campanhas como essa é fundamental. Assim, somamo-nos a esse esforço pela Palestina livre.
Comitê Democrático Palestino do Brasil

A Sociedade Árabe-Palestina de Corumbá e o Centro Cultural Palestino de Mato Grosso se somam nessa atividade pela Palestina livre, laica e democrática. Fortalecer no Brasil a campanha de BDS a Israel é fundamental nesse processo cujo resultado certamente será a vitória do povo palestino.
Sociedade Árabe-Palestina de Corumbá
Centro Cultural Palestino de Mato Grosso


Aos moldes do que ocorreu na África do Sul, certamente a campanha de BDS será peça fundamental para pôr fim ao apartheid de Israel. Do nosso estado, vamos atuar em unidade com os companheiros e companheiras de todo o Brasil nessa campanha para exigir justiça.
Centro Cultural Árabe-Palestino do Rio Grande do Sul

Café Três Corações está nas mãos de Israel. Boicote!

Principal indústria do produto no mercado mineiro, a Café Três Corações está nas mãos da empresa israelense Strauss-Elite. Com 18 fábricas espalhadas pelo mundo, sendo nove delas em Israel, essa companhia, segundo denunciado na internet, tem apoiado a colonização e opressão do povo palestino. Em seu site em hebraico, constaria o suporte explícito às forças de ocupação israelenses, inclusive com a cessão de equipamentos de lazer aos militares. Brigadas envolvidas nos ataques à faixa de Gaza em 2008-2009, que resultaram na morte de 1.400 palestinos, incluindo 350 crianças, têm contado com o apoio da Strauss-Levi. Portanto, comprar o Café Três Corações e marcas adquiridas por essa indústria, tais como Fino Grão e Santa Clara, é dar lucro para grupo que investe na matança de palestinos.
Como parte da campanha nacional por BDS (boicotes, desinvestimento e sanções) ao apartheid de Israel, lançada em 20 de setembro último em São Paulo, portanto, a Frente em Defesa do Povo Palestino – que reúne dezenas de organizações da sociedade civil brasileira – propõe o boicote a essas marcas. Na Europa, o boicote a produtos e empresas da Strauss-Elite já pegou.
Aqui, o grupo é o vice-líder do segmento, atrás apenas da estadunidense Sara Lee, que também tem investido pesado nesse mercado. O Brasil, que já foi considerado o país do café, está sendo alvo de Israel e dos Estados Unidos.
Boicote o apartheid ao povo palestino! Não compre Café Três Corações!

MANIFESTO PELO BOICOTE AO APARTHEID DE ISRAEL

Há seis anos foi lançada por diversas organizações da sociedade civil palestina a campanha de BDS (boicotes, desinvestimento e sanções) a empresas, produtos e serviços que financiam o apartheid israelense.

Neste ano de 2011, a iniciativa prioriza o embargo militar integral a Israel, até que se cumpram as reivindicações fundamentais dos palestinos:

1) o fim imediato da ocupação militar e colonização de terras árabes, e a derrubada do muro do apartheid, que vem sendo construído na Cisjordânia desde 2002, dividindo terras, famílias e impedindo os palestinos do direito elementar de ir e vir;
2) o reconhecimento dos direitos dos cidadãos palestinos à autodeterminação, à soberania e à igualdade;
3) o respeito, proteção e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos às suas terras e propriedades, das quais vêm sendo expulsos desde 1948, quando foi criado unilateralmente o Estado de Israel, até os dias atuais.

Essas medidas logicamente teriam que vir acompanhadas da libertação dos milhares de presos políticos.

Sob esse mote, o comitê palestino por BDS realizou recentemente em território ocupado um ato público em frente à representação diplomática brasileira.

Principal campanha internacional de solidariedade ao povo palestino e contra qualquer forma de discriminação naquelas terras, a campanha do BDS redundou em conquistas importantes, como o rompimento de contratos milionários com empresas que atuam na construção do muro, de assentamentos ilegais ou de outros aparatos que sustentam a segregação na Palestina. Envolvida em ações do gênero em Jerusalém, a multinacional francesa Veolia teve prejuízo de bilhões de dólares como resultado dessa campanha.

Outra prova do seu sucesso e viabilidade foi a decisão do Governo da Noruega de desinvestir em companhias israelenses que detinham no currículo essas práticas colonialistas. Ainda como parte dessa iniciativa, em 2010, sindicatos de portuários da Califórnia, Suécia, Índia e África do Sul promoveram um dia de protesto no qual se recusaram a descarregar navios comerciais israelenses ou com cargas provenientes daquele destino.

No campo acadêmico, a Universidade de Johanesburgo suspendeu acordo de cooperação e intercâmbio com a Universidade Ben Gurion, por sua cumplicidade na violação de direitos humanos.

O êxito dessa campanha é comprovado ainda pela ação do Knesset (Parlamento israelense) de aprovar neste mês uma lei que criminaliza ativistas e organizações em favor dos boicotes.

Apesar de esse movimento vir se expandindo em todo o globo, no Brasil ainda é preciso avançar bastante. Algumas ações vão inclusive na contramão dessa corrente, como a adesão do Brasil ao TLC (Tratado de Livre Comércio) Mercosul-Israel e negociações comerciais bilaterais com a potência ocupante, incluindo a assinatura de acordos militares e de tecnologia bélica. Amplo estudo promovido pela organização Stop the Wall denuncia que o TLC inclui a venda em território brasileiro de produtos e serviços feitos em assentamentos israelenses ilegais na Cisjordânia, bem como de tecnologias de defesa e segurança, as quais têm sido usadas nos ataques contra os civis palestinos. O tratado, portanto, transforma o Brasil em porta de entrada da indústria armamentista de Israel na América Latina., A tecnologia de defesa tem sido um dos focos dos negócios bilaterais entre os governos de Israel e do Brasil. Inclusive já se tem conhecimento de visitas de grupos israelenses visando atuar na segurança durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Ainda na contracorrente, a cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, passou a abrigar instalações da empresa israelense Elbit Systems, que atua na área de tecnologia militar e é especialista em construção de veículos não tripulados, os quais foram amplamente usados nos ataques aos palestinos de Gaza em final de 2008 e início de 2009. Uma das 12 companhias envolvidas na construção do muro do apartheid, a Elbit já assinou contratos no Brasil, inclusive com as Forças Armadas e com a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica).

Além disso, a USP (Universidade de São Paulo) e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal) têm firmado acordos de cooperação e intercâmbio com instituições israelenses, sobretudo nos últimos anos.

A organização Stop the Wall alertou, em relatório, que essas iniciativas garantem que as guerras, ocupação e colonização israelenses continuem a gerar lucros. E enfatizou: “Esses laços militares põem em questão o compromisso do governo brasileiro em apoiar os direitos humanos, a paz e a criação de um Estado palestino e parecem contradizer as atuais alianças brasileiras e interesses na região. É preocupante que o Brasil entregue o dinheiro dos impostos dos seus cidadãos às empresas de armamento israelenses. O Brasil não pode conciliar a cumplicidade com as graves violações da lei internacional por parte de Israel e as aspirações a potência mundial emergente, defensora do respeito à lei internacional e aos direitos humanos.”

Perante esse cenário e atendendo a pleito da sociedade civil palestina, exigimos que o governo brasileiro e suas instituições, bem como empresas públicas e privadas nacionais e/ou instaladas neste País, imponham embargo militar e econômico a Israel, através do rompimento de acordos, contratos e suspensão na aquisição de produtos e serviços, os quais financiam cotidianamente a violação dos direitos humanos do povo palestino e a ocupação de suas terras.


Revindicamos que o governo brasileiro:

a) rompa unilateralmente com o Tratado de Livre Comércio Israel-Mercosul;
b) retire imediatamente o posto das Forças Armadas Brasileiras em Israel;
c) cancele todos os contratos das Forças Armadas com empresas israelenses;
d) exclua as empresas israelenses de participar de quaisquer concorrências públicas;
e) vete a instalação de empresas israelenses em território nacional ou mesmo a aquisição de empresas nacionais por capitais israelenses;
f) exclua as empresas israelenses de contratos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.


ASSINAM:

Frente em Defesa do Povo Palestino - São Paulo
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro
Frente Palestina da USP – Universidade de São Paulo
Comitê Democrático Palestino do Brasil
Comitê Autônomo de Solidariedade ao Povo Palestino – Mogi das Cruzes
CLP – Comitê pela Libertação da Palestina
Sociedade Árabe-palestina de Corumbá
Centro Cultural Árabe-palestino do Rio Grande do Sul
Comitê Pró-Haiti
Sociedade Árabe-palestina de Brasília
Comitê de Solidariedade ao Povo Sírio
Deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP)
Georges Bourdoukan – jornalista

Anel – Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre
Apropuc-SP – Associação dos Professores da PUC-SP
Associação Islâmica de São Paulo
Brigada Socialista Autônoma (SC)
Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz
Centro de Memória e Resistência do Povo de Mauá e Região
Ciranda Internacional da Informação Independente
Coletivo de Mulheres Ana Montenegro
Coletivo Libertário Trinca
CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular-Coordenação Nacional de Lutas
CUT – Central Única dos Trabalhadores
DCE-USP – Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo
Marcha Mundial das Mulheres
Movimento Mulheres em Luta
Movimento Mulheres pela P@z
Mopat – Movimento Palestina para Tod@s
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
MTST – Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto
Oposição Bancária de Mogi das Cruzes e Região
PCB – Partido Comunista Brasileiro
PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Rede Bolivariana
Rede para Difusão da Cultura Árabe-brasileira Samba do Ventre
Revolutas
União dos Estudantes Muçulmanos do Brasil
UJC – União da Juventude Comunista
UNI – União Nacional das Entidades Islâmicas

E-mail para contato: frentepalestina@yahoo.com.br

10.7.11

¡Imposición de un embargo militar integral contra Israel ya!


¡Imposición de un embargo militar integral contra Israel ya!


Palestina ocupada, junio 2011 - Mientras que la primavera árabe por la libertad, la democracia y la justicia social ha puesto de manifiesto y ha desafiado a la complicidad de los gobiernos del mundo con los regímenes árabes autocráticos y opresivos, muchos estados y empresas continúan con sus negocios como de costumbre en el comercio de armas y la cooperación militar con Israel. La cooperación con Israel se mantiene a pesar de su recurso sistemático a la violencia masiva en contra y el asesinato de civiles palestinos y árabes, incluyendo a los niños de la escuela y los activistas pacíficos y, a pesar de su política colonial cada vez más brutal contra el pueblo palestino y de su desprecio persistente del Derecho Internacional. Siete años después que la opinión consultiva de La Corte Internacional de Justicia ha recomendado aplicar un esfuerzo colectivo internacional para asegurar que Israel desmantele su Muro ilegal en el territorio ocupado de Cisjordania, y en el sexto aniversario del llamado de la sociedad civil palestina de una amplia campaña de boicot, desinversión y sanciones (BDS) contra Israel hasta que respete el Derecho Internacional, el Comité Nacional Palestino por el BDS (BNC) exige una acción internacional inmediata de embargo militar obligatorio y completo contra Israel similar al impuesto en contra del apartheid que se dio en Sudáfrica en el pasado.
Desde sus inicios violentos a través de la limpieza étnica bien planificada de Palestina más de 60 años atrás, Israel ha causado interminablemente: muerte, heridas, desplazamiento forzado, despojo y destrucción sobre millones de palestinos y otros árabes de los países vecinos. Israel utiliza la fuerza militar para mantener un régimen ilegal de ocupación, colonialismo y apartheid, que se ha impuesto con el fin de controlar el máximo de tierra con el mínimo posible de palestinos nativos y para impedir que el pueblo palestino ejerza su derecho inalienable a la autodeterminación. Israel ha violado reiteradamente el derecho internacional provocando o iniciando conflictos armados destinados a la expansión territorial a través de la anexión de territorios ocupados, lo que en el caso de los Altos del Golán ha sido calificado como un acto de agresión por parte de la Asamblea General de la ONU.
El intento de Israel de justificar este tipo de uso ilegal de la fuerza militar beligerante como "defensa propia" no se sostiene ante una investigación legal - o moral -, ya que los Estados no pueden invocar la legítima defensa ante actos que sirven para defender una situación ilegal que ellos han creado en el primer lugar. Israel tiene una larga historia documentada de violaciones del derecho internacional humanitario y de los derechos humanos durante los conflictos armados, incluyendo las operaciones militares, invasiones y ocupaciones de territorios palestinos y árabes a través de, entre otros, el uso excesivo e indiscriminado de la fuerza y ataques deliberados contra personas civiles y infraestructura. Esto ha dado lugar, repetidamente, a crímenes de guerra y crímenes contra la humanidad. Además, Israel, en colaboración con institutos de investigación, está aprovechándose de los conflictos armados y ataques militares para “probar sobre el terreno” las armas y las doctrinas de la guerra usándolas contra los civiles palestinos y libaneses. Israel proporciona así una ventaja comparativa a su industria militar en el mercado mundial, en la búsqueda de los beneficios necesarios para mantener la ocupación, el colonialismo y el apartheid. Los Estados y las organizaciones interestatales, como las Naciones Unidas, tienen la obligación legal de garantizar que Israel cumpla con el derecho internacional, pero han fracasado en hacerlo. La impunidad envalentona a Israel, mientras que sus relaciones comerciales internacionales militares financian y facilitan su violencia continua, su militarismo y expansionismo.
A pesar de las pruebas irrefutables y abundantes en las resoluciones de las Naciones Unidas y los informes de organizaciones internacionales de derechos humanos del uso ilegal de Israel de la fuerza y las armas en la agresión y la comisión de crímenes de lesa humanidad, crímenes de guerra - incluidos los castigos colectivos - y graves abusos contra los derechos humanos, los gobiernos extranjeros, organismos multilaterales y las empresas siguen cooperando con el ejército y la industria militar de Israel, y están aumentando sus inversiones o apoyo a investigación y desarrollo israelí relacionado con el campo militar, mucho del cual se lleva a cabo en colaboración con las universidades israelíes. Estos gobiernos, organismos multilaterales y empresas se benefician de forma consciente del uso ilegal de Israel de la fuerza y, por tanto, son cómplices de este.
Muchos gobiernos del mundo, así como la ONU, siguen en silencio frente al enorme arsenal israelí de armas nucleares, considerado por la sociedad civil internacional como una de las más graves amenazas a la paz mundial. De hecho, varios gobiernos occidentales han sido o son cómplices directos de la creación, del desarrollo y despliegue de la amenaza tremenda nuclear de Israel.
Un embargo militar integral contra Israel urge hace mucho tiempo. Constituye un paso crucial hacia el fin del uso ilegal y criminal de Israel de la fuerza contra el pueblo palestino y otros pueblos y estados de la región y constituye una medida eficaz y no violenta para presionar a Israel para cumplir con sus obligaciones en virtud del derecho internacional: 1. Poner fin a su ocupación y colonización de todas las tierras árabes (1967) y el desmantelamiento del Muro; 2. Reconocimiento de los derechos fundamentales de los ciudadanos árabe-palestinos de Israel a la igualdad plena y 3. Respetar, proteger y promover los derechos de los refugiados palestinos a regresar a sus hogares y propiedades tal como se estipula en la Resolución 194 de la ONU.
A la luz de lo anterior, el Comité Nacional Palestino para el Boicot, Desinversión y Sanciones (BNC), la mayor coalición de organizaciones palestinas de la sociedad civil, exhorta a todas las personas de conciencia, movimientos y organizaciones de todo el mundo que apoyen este llamamiento palestino por un embargo militar obligatorio y completo contra Israel y que presionen a los gobiernos, organismos multilaterales y las Naciones Unidas, así como empresas públicas y privadas e instituciones para que:
1) se ponga fin inmediatamente a cualquier provisión a Israel de armas y material relacionado de todo tipo, incluyendo la venta o transferencia de armas y municiones, vehículos y equipos militares, equipos paramilitares de la policía, incluyendo equipos de doble uso, y las piezas de repuesto para lo citado antes, y se deje también de provisionar todo tipo de equipos suministros, y la concesión de licencias para la fabricación de lo citado antes o el mantenimiento de éstos;
2) se detenga todas las importaciones militares y de doble uso (equipos, asistencia y municiones) de Israel;
3) se detenga la transferencia de productos militares de y hacia Israel a través de los puertos nacionales, el territorio y espacio aéreo;
4) se deje de cooperar con el ejército, las compañías militares y los proyectos de investigación y desarrollo relacionados al campo militar israelíes, incluyendo las empresas mixtas (ya sea bilateral o multilateral);
5) se detengan todos los entrenamientos relacionados con el campo militar y las consultorías con el ejército, las empresas militares y instituciones académicas de investigación israelíes;
6) se ponga fin a toda la ayuda militar a Israel;
7) se abstengan de toda cooperación con Israel en la fabricación y desarrollo de armas nucleares y se movilicen por un Oriente Medio sin armas nucleares;

Nota: Para las referencias y antecedentes ver: "El caso de un embargo general militar en Israel - un documento de trabajo", BNC - BDS palestino Comité Nacional, Julio 2011

Fonte: http://www.bdsmovement.net/files/2011/07/BNC-call-for-military-embargo-9-7-2011-castellano.pdf

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13.4.11



Organização denuncia relações militares entre Brasil e Israel
sexta-feira 8 de abril de 2011

Palestina Ocupada, 30 de Março 2011 – No terceiro dia de Ação Global de Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel que teve lugar no Dia da Terra Palestina (30 de Março), anunciamos a publicação do desconcertante e potencialmente explosivo relatório da ONG Stop the Wall sobre as crescentes relações militares entre o Brasil e Israel.

Apesar do recente reconhecimento do Estado da Palestina pelo Brasil, e da sua longa tradição em apoiar os direitos palestinos e a lei internacional, o Governo Brasileiro assinou contratos no valor de centenas de milhares de dólares com a indústria de armamento de Israel.

O facto que Isarel continue a exercer, há já várias décadas, a brutal e ilegal ocupação de Gaza, recusando os direitos dos refugiados palestinos, aumentando descaradamente as políticas de apartheid, e rejeitando toda e qualquer tentativa internacional de atingir um justo acordo de paz com Palestinos e Árabes, não deteve o Brasil de se tornar um dos mais significativos importadores mundiais de armas israelitas, muitas das quais promovidas como “testes de campo”.

O documento de 30 páginas mostra detalhes dos programas assinados com Israel no valor de quase mil milhões de dólares. Israel, por sua vez, reforçou a sua presença na indústria de armamento brasileira através de aquisições, joint ventures e parcerias estratégicas. Os esforços israelitas para obter um amplo estabelecimento no Brasil e, desta forma, penetrar também noutros países progressistas sul americanos não é mera coincidência. O Brasil mantém actualmente uma representação das suas forças armadas em Tel Aviv e recentemente assinou um acordo de cooperação de segurança entre com Israel, que permite a este último fazer negócios a um nível de segurança classificado “elevado”. A indústria militar israelita diz que de momento estão a ser preparados contratos no valor de vários milhares de milhões de dólares para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil. Das sete empresas noticiadas nos jornais que se encontram em competição para obtenção de contratos, seis têm ligações provadas com crimes de guerra israelitas e/ou são suspeitas de estarem envolvidas em actividades de espionagem.

As principais empresas de armamento israelitas activas no Brasil – a Indústria de Aviação Israelita (IAI) e os Sistemas Elbit – para além de estarem directamente envolvidas no fornecimento de armamento ao exército de ocupação israelita, a ser usado para cometer o que o relatório das Nações Unidas “Goldstone” classifica como “crimes de guerra” e possíveis crimes contra a Humanidade, estão também implicadas na construção do Muro na Cisjordânia e na construção de infra-estruturas para colonatos, ambas violações graves do IV Acordo de Genebra e do Parecer Consultivo de 2004 do Tribunal Internacional de Justiça. Por exemplo, espingardas israelitas Tavor produzidas no Brasil são desenvolvidas e testadas durante ataques do exército israelita contra cidades palestinas sob ocupação.

Leia aqui o relatório completo:

Portuguese:

http://stopthewall.org/enginefileup...

English:

http://stopthewall.org/enginefileup...

Comentário da Stop the Wall:

“Entrar em negócio com a indústria de armamento israelita põe seriamente em questão o apoio do Brasil aos direitos do povo palestino, pois estes contratos garantem que as guerras, ocupação e colonização israelitas continuem a gerar lucros. Mais: estes laços militares põem em questão o compromisso do governo brasileiro em apoiar os direitos humanos, paz e criação de um Estado Palestino e parecem contradizer as actuais alianças brasileiras e interesses na região. É preocupante que o Brasil entregue o dinheiro dos impostos dos seus cidadãos às empresas de armamento israelitas. O Brasil não pode conciliar a cumplicidade com as graves violações da lei internacional por parte de Israel e as aspirações a potência mundial emergente, defensora do respeito pela Lei Internacional e pelos Direitos Humanos.”

O Comité Nacional Palestino para o Boicote, Desinvestimento e Sanções (BNC) reitera o seu apelo ao governo brasileiro para que este acabe com todos os laços militares com Israel, pedindo:

a não ratificação e cancelamento dos acordos de cooperação de segurança com Israel; o encerramento imediato do posto das forças armadas brasileiras em Israel; a alteração dos regulamentos de contratos do exército brasileiro, de forma a que empresas que violam o direito internacional sejam excluídas dos concursos; que seja assegurado que empresas envolvidas em violações do direito internacional sejam impedidas de se estabelecerem em território brasileiro através de meios indirectos, como aquisições de empresas, joint ventures ou licenças; que seja assegurado que empresas que violam o direito internacional sejam excluidas de contratos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, pois não pode ter “fair play” o desporto que recompensa criminosos de guerra.

* Membros do BNC:

Council of National and Islamic Forces in Palestine General Union of Palestinian Workers Palestinian General Federation of Trade Unions Palestinian NGO Network (PNGO) Palestinian National Institute for NGOs Federation of Independent Trade Unions Global Palestine Right of Return Coalition Occupied Palestine and Syrian Golan Heights Initiative General Union of Palestinian Women Union of Palestinian Farmers Grassroots Palestinian Anti-Apartheid Wall Campaign (STW) National Committee for Grassroots Resistance Palestinian Campaign for the Academic and Cultural Boycott of Israel (PACBI) National Committee to Commemorate the Nakba Civic Coalition for the Defense of Palestinian Rights in Jerusalem